Desatamos nós o tempo todo; uns mais elaborados, outros nem tanto. Alguns nós, de alta complexidade, foram tramados há tanto tempo e com tanta dedicação, que a tarefa de desatá-los requer um esforço conjunto.
Às vezes, descobrir a ponta do nó pouco significa no processo, porque o laço é frouxo e, inacreditavelmente, quem deveria se ocupar de manter o nó sob controle não mostra interesse em fazê-lo. E se é verdade que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco . . .
Um nó cego não desata. Depende da paciência e da boa vontade de quem se propõe a desfazê-lo. Se ao esbarrar no “obstáculo”, optarmos por desfiar queixas intermináveis, culpando sempre o outro e com isso paralisarmos nossa desejável e necessária intervenção, estaremos nos tornando mais que incentivadores: cúmplices da cegueira.
Marinheiros são mestres em nós, daí a famosa expressão nó de marinheiro. São nós validados pela força da instituição e, como é do conhecimento de todos, não há um modelo único de nó. Para cada ocasião, um tipo. A experiência de desatá-los é desafiadora e, muitas vezes, nos deixamos abater pelo fracasso eventual de uma ou outra tentativa. No entanto, devemos insistir – tanto mar, tanto mar . . .
E o mar é uma imagem bem apropriada para o nosso fazer pedagógico. Quem navega, aprende e ensina tanto em mar revolto como em calmaria. Se o barco ameaça virar, a gente se agarra, com força e fé, a uma corda. Nessa hora é imprescindível que essa esteja bem firme, com um nó seguro. Navegar é preciso, mas viver é preciso.
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