por Marcio Dupont
Como designer e analista de sustentabilidade sempre recebo a mesma pergunta vinda dos empresários de diferentes setores: “Para que eu preciso de um designer se a minha empresa não projeta, nem desenvolve um produto físico? Eu trabalho com serviços, com o intangível!”
Como já me cansei de responder essa questão uma e outra vez, melhor escrever este artigo e quando alguém no futuro me perguntar, direcionarei a pessoa para este link!
Caro empresário brasileiro, o design acima de tudo, aporta para a sua empresa um “pensamento” estratégico – criativo, de inovação, independente se ela desenvolve produtos físicos ou não.
Esse pensamento estratégico gera novas, e aperfeiçoa as já existentes, vantagens competitivas da empresa no mercado e frente a seus concorrentes, na forma de novos modelos de negócios, novos serviços – experiências – percepções de sua empresa para o consumidor e etc.
Um exemplo conhecido é a Apple. Steve Jobs sempre foi um “design thinker” de primeira classe, ele sempre entendeu perfeitamente o valor e a aplicação do design como um pensamento estratégico – inovador para gerar inovação à todos os níveis possíveis, desde processos de engenharia (tangível) até criação de novos estilos de vida (intangível)!
Sem o design, desde essa perspectiva, dificilmente produtos com Ipad, Iphone, e serviços derivados deles (Itunes) teriam surgido no mercado, criando infinitos novos mercados e conservando mercados já existentes.
Esta qualidade criativa e inovadora é algo natural, inerente ao designer, pela sua mesma formação profissional, leva-o a ter sempre uma visão e abordagem sistêmica sustentável e a capacidade de entender e integrar as diferentes disciplinas dentro de uma empresa.
O design é sempre um catalisador de inovações, a qualquer nível que seja aplicado!
O design é vital para que a empresa seja sustentável e inovadora em todas as suas dimensões (ambiental, social e econômica) funcionando também como um elemento unificador, criador e consolidador da cultura sustentável da empresa, em todos os níveis.
Frustrante verificar que comitês de sustentabilidade nas empresas, prêmios às melhores empresas sustentáveis, e até empresas certificadoras, não tem nenhum designer, afinal elas não produzem nenhum produto físico!
Mas tem que decidir o que é estratégico, sustentável e inovador!
Isso porque não entendem ou não conhecem o beneficio estratégico do design em um “contexto global corporativo”, e ainda acreditam muito erroneamente que um bom engenheiro especializado em gestão ambiental, processos, junto com administradores e financeiros “verdes” será mais do que suficiente para gerar novas dinâmicas sustentáveis internas e externas.
Sem o designer e a sua visão, as dinâmicas sustentáveis da empresa serão limitadas, conservadoras e de curto prazo. Ela será sustentável sem o designer, importante dizer, mas não terá todo o seu potencial mapeado, conhecido e explorado.
É hora do empresário brasileiro deixar para atrás essa visão obsoleta de que o design somente é necessário caso a empresa desenvolva produtos físicos. O design não existe mais apenas como um elemento físico – industrial para manufatura. Caso ele queira realmente ser sustentável e inovador, precisará sempre do design como pensamento para a inovação e sustentabilidade!
Já esta na hora do design ser percebido como um pensamento estratégico – criativo – inovador vital para a sua empresa, em todos os sentidos. Ele deve ter o seu respectivo lugar de destaque na busca da sustentabilidade empresarial brasileira neste século 21. Afinal, visões conservadoras e quadradas, em qualquer âmbito da ação humana, não podem gerar sustentabilidade criativa e muito menos inovação!
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Artigo retirado do blog Design Simples com autorização do autor.
Marcio Dupont é designer especializado em sustentabilidade ( design / consumo), segundo o blog , será um colaborador mensal.
Visitem o blog, vale a pena: http://www.designsimples.com.br/sustentabilidade-corporativa/
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